VIVER DÁDIVA É, brasileiro ser,comenda é

VIVER DÁDIVA É, brasileiro ser,comenda é

26 de abr. de 2014

MONTE CASTELO

Dedicamos post esse à Fernanda,portuguesa amiga inesquecível,de quem muitas saudades sentimos!

19 de abr. de 2014

UMA GERAÇÃO PARADA NO SINAL VERMELHO



Reféns de um país que deu ‘muitos passos para trás’, portugueses nascidos após a Revolução dos Cravos sobrevivem no imobilismo


Por Hugo Gonçalves*

É uma história verdadeira, embora esteja envolta pela neblina da anedota. Na madrugada de 25 de abril de 1974, veículos militares entravam em Lisboa para pôr fim a uma ditadura de 48 anos e acabar com uma guerra colonial que começara em 1961. O carro da dianteira parou num sinal vermelho. Foi preciso um oficial lembrar ao motorista de que estava em curso uma revolução e, como tal, deveria ignorar as regras de trânsito. Pode parecer matéria para uma “piada de português”, mas a obediência desse soldado, perante um sinal fechado, é menos um apontamento de humor sobre a alegada tendência dos lusitanos para interpretações literais e muito mais a herança de um regime que queria os portugueses submissos, ignorantes, pobres (mas honrados), de boca calada, temerosos da Polícia Política e cegamente orgulhosos de um Império obsoleto. 

Nasci dois anos após essa madrugada. O meu pai esteve na guerra, tal como os pais dos meus amigos. Mas, ao contrário desses pais, fomos a primeira geração a crescer em democracia e com prosperidade, não precisamos disparar metralhadoras no mato da Guiné, fomos testemunhas de um período em que Portugal mudou mais do que nos cem anos anteriores. A luta primordial deixou de ser pela liberdade, e o país dedicou-se ao progresso. 

A entrada na União Europeia (UE), em 1986, ofereceu-nos a hipótese de sermos um país menos pelintra e mais primeiro mundo. Os milhões de euros e as diretivas que chegaram da UE possibilitaram que ideais da Revolução dos Cravos, como saúde e educação gratuita para todos, saíssem do plano da imaginação. Melhoraram-se as infraestruturas, as famílias queriam ter dois carros e dois filhos, democratizou-se o ensino universitário e os programas de intercâmbio permitiram que milhares de alunos estudassem fora de fronteiras. Nunca os portugueses tinham sido tão europeus. Quando criança, entrar e sair da Espanha exigia revistas minuciosas dos carros por parte da polícia. Hoje, eu passo direto, sem sequer mostrar um documento, e posso trabalhar numa série de nações europeias dispondo dos mesmos direitos dos nativos. 

Portugal seguramente não se transformou na Suécia, mas se olharmos para aquilo que era no dia antes da revolução, seria desonesto não reconhecer que em 40 anos o salto foi magnífico. Só que, como me disse uma jovem carioca, nas manifestações de junho de 2013, no Rio, quando conversávamos sobre o que esta cidade evoluíra: “Eu vivo agora, não vivo no passado”. Tal como essa garota, os portugueses sabem que se desaproveitaram demasiadas oportunidades. E que se estão dando muitos passos para trás. 

Com a crise financeira que se iniciou em 2008, estreou-se a narrativa oficial (e questionável) de que os portugueses viviam acima das suas possibilidades. Os bons alunos da Europa, afinal, eram prevaricadores ferozes, gente que gastava muito e produzia pouco, que se lambuzava desavergonhadamente nos privilégios do Estado Social. Reduziram-se os salários, o desemprego disparou, aumentaram-se impostos, e tal como o país passou a viver refém das agências de rating, dos mercados e do plano de contingência imposto pela troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), os portugueses tornaram-se prisioneiros de uma crise que é muito mais do que financeira — é uma peste que corrói a nossa identidade e a nossa esperança. Nos últimos dois anos emigraram 200 mil portugueses, muitos deles licenciados, viajados, com cabeças bem arejadas, enfim, a geração que um primeiro-ministro mitômano chamou de “a mais preparada de sempre” — neste caso talvez não estivesse a mentir. Em 2012, emigraram mais pessoas do que nasceram bebês em Portugal. 

Numa recente visita a Lisboa, amigos contavam-me que faltava medicamentos nas farmácias. Os bancos ficam com os apartamentos daqueles que não conseguem pagar as hipotecas e os portugueses têm muito medo de perder o emprego, dispondo-se a trabalhar por cada vez menos, a perder direitos conquistados. Ouvi muitas queixas e revisitei o sabor enjoativo das notícias sobre a crise regurgitadas todos os dias na mídia, o despreparo do governo, a impunidade dos corruptos, os partidos que se revezam no poder e na atribuição de cargos principescos aos seus protegidos, as famílias castigadas pela carga fiscal enquanto as dívidas dos bancos são perdoadas, o emagrecimento galopante da classe média e o aumento de consumo de antidepressivos. Há entre os portugueses um “supremíssimo íssimo” cansaço, como escreveu Pessoa; uma estranha combinação de revolta e resignação, aquilo a que um amigo chamava a zumbificação dos lusitanos. 

Há quem acredite que existe um plano para que Portugal seja apenas uma estância balneária, com belas praias, campos de golfe e sorrisos agradecidos pela esmola estrangeira, um país onde o talento e o trabalho foram desvalorizados ao ponto de pensarmos que ter um emprego é um favor que nos fazem. Não sei se os governantes e os seus aliados têm engenho para tamanha estratégia, e duvido que as potências europeias sequer se preocupem muito conosco. O que sei é que os portugueses murcham e há uma geração num impasse pantanoso. Trata-se de baixar as expectativas de uma forma inadmissível, como se não tivéssemos direito a aspirar a algo mais do que pagar a dívida externa, como se nos quisessem definitivamente zumbis, esquecidos do nosso potencial, parados diante de um sinal vermelho quando deveríamos estar a caminho de uma nova revolução.

*Hugo Gonçalves é escritor português e mora no Rio de Janeiro, onde é editor da Língua Geral
Transcrito na íntegra do Suplemento Literário do Jornal O Globo, página seis, do dia 19 de abril de 2014




Há uma música do Povo,
Nem sei dizer se é um Fado
Que ouvindo-a há um ritmo novo
No ser que tenho guardado
Ouvindo-a sou quem seria
Se desejar fosse ser
É uma simples melodia
Das que se aprendem a viver
Mas é tão consoladora
A vaga e triste canção
Que a minha alma já não chora
Nem eu tenho coração

Sou uma emoção estrangeira,
Um erro de sonho ido
Canto de qualquer maneira
E acabo com um sentido!


                                               

10 de abr. de 2014

BOURRÉ,Antes de Morrer


À casa retornando, em fuga Bachiana como se fosse, dizimado quase por um aterrador gripal vírus, há duas semanas, não vejo jeito outro, a não ser exorcizá-la (a gripe),com Bourré este, dançando e Vivas à Vida bradando,vou que vou,YESSSSSSSSSSSSSS!
Que venha o BOURRÉ!"

2 de abr. de 2014

Women in art and Gymnopedie and Canon in D major


Na Arte desse Viver

Com a Mulher aprender

TUDO É

Fantástico e Eterno





MIRADAS ARSEN KURBANOV.

O início de tudo,o feminino
Dar  luz à LUZ
Fundamentar o Amor
Na delicada missão da Mulher
Em Miradas, Vivo e à Deus Agradeço

Pela Mulher!